Eu vou falar apenas de duas enfermidades, que são a diabetes e a hipertensão arterial, doenças crônicas. Como tantas outras, se a gente não cuidar, no caso a diabetes pode provocar cegueira, amputação de membros (pernas, braços, dedos), má circulação, comprometer a filtragem dos rins, levando a pessoa ao processo de hemodiálise e muita coisa ruim pode acontecer. A hipertensão, pressão alta, se não controlada, pode provocar um derrame e uma possível invalidez – metade do corpo sem movimentos.

Hoje, seis a sete por cento da população brasileira é diabética. Como somos duzentos milhões de habitantes, sete por cento equivalem a quatorze milhões de brasileiros diabéticos. Em relação aos hipertensos, o quantitativo é muito mais expressivo. Portanto, é preciso tratar toda essa nossa gente com muito zelo.

A maioria dos brasileiros não dispõe de recursos porque o tratamento de uma diabetes complicada ou uma hipertensão e suas sequelas é muito caro, é penoso e muito difícil para as famílias. O paciente, sem recursos, fica jogado em hospitais, de qualquer maneira, sem receber um tratamento adequado.

É fundamental que as prefeituras, junto a seus agentes comunitários de saúde e em seus centros de saúde, tenham recursos para identificar portadores dessas doenças, trazê-los para realizar consultas periódicas e proporcionar um tratamento digno. Ir atrás mesmo. Não deixar faltar remédio.

Fazendo isso, o paciente poderá melhorar sua expectativa de vida, ter um pouco mais de paz e sossego e o SUS fará uma enorme economia de recursos financeiros. A gente economiza porque deixa de gastar com UTI, com as hemodiálises, com os deslocamentos, com os transplantes e tantos outros transtornos. Então, cuidar das doenças crônicas é dever de todos.