Meu pai faleceu em 1992. Antes de morrer, passou aqui em Ariquemes e eu já estava influenciado, já tinha participado de uma candidatura para prefeito. Ele me viu assanhado com a política. Eu havia perdido a eleição. Meu pai foi vereador duma cidade pequena nossa, lá do sertão do antigo estado de Goiás, hoje Tocantins, na década de 40, e tinha na bagagem aquela experiência anterior.
Veio me visitar em Ariquemes e eu fiquei falando em política. Ele me disse – olha meu filho, a política é a arte de ceder, desde que não atrapalhe os seus objetivos. Eu gravei isso na minha cabeça. Então, a política não é você ser turrão e fazer do seu jeito sozinho, no peito e raça, e querer impor a sua vontade acima dos outros, de jeito nenhum.
Na política você pensa em cem, mas se você fizer setenta, está muito bom. É a arte de ceder, ceder espaços, ceder suas ideias, dividir com os outros. Você vai fazer uma coisa, sempre consulte os outros. Não faça tudo da sua cabeça sozinho. Gente, eu já errei tanto na minha vida. Já tentei impor o meu pensamento e quebrei a cara.
Hoje eu só faço aquilo que a população quer que eu faça. Eu procuro me inspirar nos seus desejos. Apenas procuro ouvir as pessoas pra não errar tanto, não jogar dinheiro fora, não desperdiçar dinheiro público.