Confúcio Moura
Médico, escritor, cronista
educador e apaixonado por Rondônia

As coisas desimportantes

Abro o computador, sem nenhuma ideia. Fico olhando a tela. Fecho os olhos e respiro fundo. Como escrever alguma coisa importante, neste momento, sem ter nenhum plano? Parece um paradoxo, com tanto tema que nos invade a cada segundo e cada um deles, por si só, seria o suficiente para um belo texto. Deixemos de […]

A vida como ela é

(crônica de uma visita a um sítio no Jaru em outubro de 2019 – substituí os nomes verdadeiros. Quem narra é Tereza, esposa do Mário, ele, vaqueiro, aquele tipo de gente que faz tudo num sítio. “Velha” é a dona da fazenda. João José é psicólogo) Eu sou Tereza, moro bem ali, pertinho da Curva […]

Seu Carlos – parteiro à moda antiga

Seu Carlos foi enfermeiro na Vila de Ariquemes. Veio com a leva dos amigos, soldados da borracha, para serviços gerais de saúde. Ficou pelos seringais por anos a fio e depois pegou um emprego federal de “enfermeiro”, quando não se fazia diferença nenhuma entre as categorias. E foi aprendendo com a necessidade de cada dia, […]

Transver a vida

Ali um monte de bêbados na praça. Não longe, os hippies, jogados sobre mantas no chão, tecem bijuterias, mostruários expostos, barbas e cabelos a lá Bob Marley, vidas e opções alternativas. A vida se armando do jeito de cada um. Esticar o olhar distante, sem fios, sem causa, de se pensar em quase nada. E […]

Mania

Esse negócio de ficar escrevendo no blog, não sei não, me parece mais uma mania boba, dessas que não leva a lugar nenhum. Acho que tudo isso vem de certa frustração por falta de talento para escrever um romance, bem escrito, boas narrativas, contar “causos”, ou até mesmo um certo caimento pela poesia. Gostar de […]

A crise do Amapá é a crise do Brasil

Os dezoitos dias sem energia no Amapá, que pode ser mais, que pode ser até nem sei quando, é um absurdo. Até porque vêm as sequelas, um fio a fio de sequelas, o povo estarrecido, porque se pelo menos estivéssemos na Idade Média, ou mais à frente, poderíamos aceitar os lampiões a gás, as lamparinas, […]

Poesia a forceps

Saí na madrugada, caminhando, correndo, intervalando, os primeiros movimentos de gente na rua eu pensei em poesia, puxar da visão do céu ainda trancado puxar da minha mente preguiçosa, palavras fortes, se não tiver palavras fortes palavras doces, cheirosas, matutinas Fiquei esperando entrar as metáforas, elas não vieram fiquei esperando os insights, eles não vieram […]