Confúcio Moura
Médico, escritor, cronista
educador e apaixonado por Rondônia

Cacique Raoni

O Cacique Raoni esteve na audiência pública, realizada pelas Comissões de Meio Ambiente e Direitos Humanos, no dia 30 de abril de 2021.  Ele falou da sua aldeia em Mato Grosso, por videoconferência. 91 anos de idade, lábios esticados por adorno chamado bodoque. Camisa desabotoada. Bem a vontade. Falou no seu idioma caiapó. Claro que […]

Mudar a cabeça ?

Como é que se pode mudar a cabeça de velho, hein? Se tudo foi se acumulando com o tempo e formando um juízo de verdade, cuja verdade pode ser aquela do tempo do “onça”, sei lá. Até mesmo a dificuldade que se tem de entender a tecnologia e seus termos estrangeiros, que deixam a velharada […]

Cici – Um bom camarada

Quem quisesse sair da fossa, dor de cotovelo, era só conversar com Cici. Seu nome era Alci Araújo. Pelo nome ninguém o conhecia. Montou o primeiro hotel da Vila de Ariquemes, todo de madeira e coberto de telha de amianto. Dois andares. O cliente que entrasse a noite no hotel acordava quem já estava no […]

Corona tem veneno demais

Desde o ano passado, que a tudo se culpa a pandemia. De certo, é ela mesma que veio remexer o caldeirão de feijão. De um lado ficou o cru. Do outro lado, o queimado. Subiu um cheiro ruim. As escavadeiras fazem o trabalho, como outro qualquer. Rastela chão. Abre valas. O assunto piorou. Uma chuva […]

Urus e Pacaás

Vou inventar um nome aqui. Aliás, nomes. Porque falar em manter reserva de índio, florestas nacionais ou parques é motivo para ser assassinado. O nome dela é Flor. Há tanto tempo que de um lado a Flor grita. E do outro lado, uma magricela e inquieta, seu nome é Santa, também labuta pela mesma causa. […]

Histórias inacreditáveis

Contar história é também uma arte e um ofício. E cada pessoa, depois de alguns “janeiros” nas costas, vai olhando pra trás e vê pelo retrovisor – a sua bela história de vida, sempre recheada de acrescentos, de raios, de tempestades, de encontros com onças, com cobras que engolem boi inteiro. E vê, afinal, que […]

Vó Joaquina

Miúda, compenetrada, era de poucas palavras. Seu olhar impunha respeito e autoridade. Crianças deviam entrar mudas e sair caladas. Falar, só quando fosse lhe dada a vez. Resto de comida no prato, intolerável. Desperdícios, nunca eram permitidos. Tudo se reaproveitava, desde a banana passada do ponto que se transformava em picolés, até vestidos antigos, em […]