Pegue na mão do Brasil e o puxe para fora. A correnteza é forte e vai arrastando. E ele sobe e afunda. Se ninguém o socorrer, vai morrer mesmo. O Poeta (não sei o nome verdadeiro dele), que quase morreu afogado no Rio Branco, ali em Ariquemes, me disse que a morte é azul. Eu não sabia que a morte era azul. E foi mais além, “um azul incrivelmente luminoso e lindo”. Falei – “pode ficar pra você, poeta, com sua morte azul”. Ele se salvou do afogamento, agarrando num cipoal da margem.
Pois é, eu estou aqui no Senado para votar. Votar a favor de todos os projetos que imagino serem bons para o nosso país sair desta condição de afogamento. Eu não quero que o Brasil veja a morte azul. Não quero que o povo brasileiro veja, como o Poeta, este fascinante, outro lado, azul de um fracasso. Estou aqui, com meu voto, para puxar o Brasil. Ainda não posso lhe garantir que estou certo. E ninguém sabe o que é certo ou errado na política. Mas votarei nas reformas. Vou fazendo a minha parte, na esperança de contribuir, com meu pequeno gesto, para, mais tarde, o nosso país poder ver todas as cores do arco-íris.
Vejo que muitos prefeitos nem são mais prefeitos. Eles ficam atormentados, todo fim de mês, para fechar as contas e pagar os salários de seus funcionários. E só isto. Nem precisava de prefeito a cidade que não tem recurso. Bastaria um bom chefe de RH (recursos humanos). Prefeito RH, só para sofrer, é absurdo. Porque sempre tive esperança de que o Brasil ressuscitasse de baixo para cima. Das pequenas cidades, exemplares, para as maiores.