A pandemia vai seguindo firme aqui. Estou no dia 12 de julho de 2020. O platô da doença ainda está alto. Um lombo de dromedário de curvas que marcam a vida, como se estivesse olhando montanhas distantes. Em cada “cupim” e vale, montes de corpos descem à terra.
O que se tem visto é um movimento novo, natural, que brota dos corações – a cooperação altruística, principalmente, de pessoas e organizações não governamentais, que puxam o serviço, identificando quem tem fome, quem tem medo. Evidenciando que o governo sozinho não dará conta de cuidar das pessoas de maneira universal. As ONGs chegam nesses cantinhos e becos.
No mais, o uso da máscara teve imensa adesão. Aqui e ali a máscara ao queixo. Outro com ela cobrindo a boca. O país vai labutando em abrir e fechar o comércio. As escolas fechadas. 1.839 850 infectados e 71469 mortos. O povo cansado de ficar em casa. Estresse silencioso. Um aborrecimento que cansa. Ficar olhando pelas janelas as pessoas que passam. Olhar o céu distante. Ouvindo noticiários que se repetem.
Muitas coisas irão mudar. Por exemplo, o hábito de lavar as mãos. O uso da máscara ficará grudado em nós por alguns anos. Fazer a limpeza da casa. Pesquisar na Internet sobre comidas. Fazer pequenos consertos. O uso mais racional de roupas. Menos veículos nas ruas. O preço da gasolina ora desce, ora sobe.
Deu para sentir que não se precisa de muita coisa para viver.