Eu não sei lhe dizer o que venha a ser um ignorante. Será que todo indivíduo que concluir o ensino médio ou superior atravessa a faixa da ignorância? Pensando na COVID-19, acredito que sejamos todos ignorantes mesmos. Nesse quesito, a humanidade se nivelou.
A partir daí, ficamos imaginando cenários. Fazendo suposições. Até mesmo utopias de que tudo será melhor. Será diferente? O mundo será outro? A humanidade será mais solidária? A preservação ambiental terá um novo mandamento? O capitalismo será modificado? Os ricos terão piedade dos pobres?
Não. A economia se rege por outro espírito. Tem regras rígidas, que não se abala por dores ou sofrimentos. A não ser que somente os ricos (bilionários) pegassem o coronavírus e fossem todos dizimados da face da terra. Que os seus patrimônios fossem incorporados às políticas de saneamento básico, alimentação para todos, pátria para os refugiados. E que a desigualdade abissal diagnosticada nesta safra de doença diminuísse, fazendo com que as pessoas se aproximassem mais.
Então, o que encontraremos depois da vacina salvadora? – O mesmo mundo. O mesmo homem. Os mesmos conflitos de poder. As grandes revoluções contra as ditaduras. Contra o racismo injustificado. E lavaremos mais as mãos. E não teremos vergonha de usar máscaras dentro dos ônibus. E no mais, é o salve-se, quem puder, na economia, no comércio internacional, e com o poder bélico (militar) concentrado em poucos países do mundo.
O sentimento de reconstrução ou refundação é de difícil convencimento a todos. Será dada uma demão de tinta em muitas atividades. Mas a tinta apaga, e termina que o mundo avança loucamente, concentrado, tecnológico, e, todos nós, receberemos as reações do que fazer, de como agir, tudo vindo das mãos invisíveis dos algoritmos.
Será mais uma pandemia que iremos esquecer. A não ser as famílias que perderam entes queridos. Por mais alguns anos. É isto.