Acidente. Foi o que me aconteceu nesta narrativa sobre a visita à cidade de Cortona, na Itália. Apertei o botão errado e apaguei tudo que havia escrito. Vou de memória reconstituir e respeitar os meus arquivos mentais.
A cidade abraça o pico e a beirada de um morro. Quase todas as outras cidades da região são iguais. No mais, é subir ladeiras. Rodopiar. Entrar em igrejas. O olhar perdido nos vales distantes, onde batalhas romanas aconteceram. O gado chianina campeou lá embaixo, onde viveram os etruscos.
São Francisco de Assis construiu ali seu eremitério para orar e divulgar sua ordem – dos franciscanos, que exaltava a virtude da pobreza. Um grotão absurdo, com paredões em V, escolhido a dedo, como dificultoso. Só de olhar já é uma penitência. O carro sobe o morro de primeira marcha. Muitas igrejas na cidade, bem antigas, século XIII, ruas tortas, estreitas, feirinhas de bugigangas e muito vinho.
Eu me sentei numa mesa de bar, bem numa curva da rua. Dava para ver o movimento intenso. Duas outras ocupadas por jovens. Alegres. Pedi uma garrafa de vinho, fiquei bebericando. Enquanto Alice e Isadora perambulavam pela feira de roupas. No meu caso, fiquei só olhando tudo aquilo, sem me fixar em nada.
A cidade é procurada para casamentos. O filme Sob o céu da Toscana puxou este desejo. Minha neta (Isadora) nos acompanhou, para falar em inglês, porque o inglês terminou ocupando o sonho do “esperanto”. A cidade é diversa em imagens que nos remete a saudades. Saudades do que se viu em livros. A saga dos romanos.