A pandemia vai seguindo a sua marcha, que pode ser uma função matemática, que pode ser calculada com réguas, equações, progressões. Até agora, sem uma razão menos assustadora, como por exemplo, o princípio darwiniano de seleção natural.
Pode se ir jogando para mil teses, acontecimento natural e biológico, uma punição divina sobre o homem pecador, um desafio para que a ciência se exercite num tempo de alta tecnologia, um teste para os aplicativos queimarem seus “neurônios.
De outro lado, entra a filosofia questionando a natureza humana, o seu destino na terra e o que pode vir depois da morte. Como se o acontecimento atual fosse um acidente da natureza, ampliado globalmente, um ciclone mundial. É preciso colocar a ecologia na agenda. É imperioso o “sustentável” na pauta do homem.
Em tudo cabe para explicar a COVID-19, que veio abalar o mundo, desprezar o acúmulo do capital e questionar o desprezo pela solidariedade, porque o homem é o mesmo, em qualquer que seja a sua condição, vivendo desde o Fausto absoluto, até a escassez mais impossível. Como se tudo fosse natural da condição humana.
Na pandemia se escreve também o princípio da guerra. Porque a guerra habitualmente surge pelo desentendimento entre líderes ambiciosos, por mais extensões territoriais e conquistas de outros povos para serem escravizados. O coronavírus provocou um estrago incalculável, desde mortes descontroladas, até prejuízos econômicos estratosféricos. E tudo se principia no caos.
Como depois do fogo, o cerrado brota, o pantanal retoma suas inundações e a vida vai se ajustando. Depois da guerra, os vencedores erguem monumentos aos mortos, aos seus heróis, vangloriam-se seus feitos, mesmo sabendo que foram os assassinos maiores. Mesmo diante do medo, o homem não se une. Os ricos compram mais vacinas, fazem reservas, enquanto países pobres, atônitos, clamam aos céus e aos deuses.
E que tudo se esquece. A pandemia pela COVID-19 deve seguir esta mesma lógica. Infelizmente, porque o homem é sempre o mesmo.