Em 15 de abril deste ano (2022) participei de uma videoconferência extraordinária, posso dizer histórica, com o ex-ministro Allysson Paolinelli, que só o conhecia de nome e fama. Com ele, o jornalista Fernando Barros e Ilce (consultora em piscicultura).
Como o ministro Allysson já tem 85 anos, imaginei que estivesse morando numa fazenda em São Paulo, cuidando de suas lavouras e com criatório exemplar de gado de elite. Enganei redondamente.
O homem está correndo o país, uma parada em Rondônia, peregrinando por sítios e fazendas, bateu o olho em tudo, logo se atinou pela necessidade de se colocar no Estado, em prática – a teoria da organização dos produtores. Como se fosse um atino inovador, com uma visão de futuro ainda não experimentada no Estado, uma crença criativa voltada para o além do horizonte visível. E isto é simplesmente tudo de que necessitamos.
O objetivo dele é o de criar polos demonstrativos, de boas práticas na agricultura, com mínimo impacto ao meio ambiente, reduções de emissões de gás carbônico, aumento da produção de alimentos. Transformar Rondônia numa referência nacional, ser um Estado exportador, com baixo custo de produção. Tudo isto, com a participação da iniciativa privada, o crédito dos bancos oficiais e colocar a mão na massa, sem muito discurso e mais ouvindo do que falando.
O nosso dever é abraçar tudo que seja inovador com toda a vontade política do mundo. Assim fazendo, o inesperado acontece, e logo é incorporado aos novos hábitos e não se retornará ao passado.
A desorganização da produção é cara. Pouca escala. Incluindo os pequenos produtores, os médios para este novo momento da economia, mais ainda, da bioeconomia. E com o tempo, com a formação das cooperativas, inspiradas na experiência da boa gestão do Estado do Paraná, com certeza, Rondônia será um Paraná sem geadas.
O mundo está num processo de mudança. A Amazônia está no centro do debate. E com esta agenda transformadora, pegando a juventude rural, a linha de sucessão, o cooperativismo produtivo, é correr para o abraço. A pesquisa e a experimentação cabem em qualquer tamanho de propriedade. A iniciativa privada na operacionalização do processo. Será um sucesso. Como o agronegócio brasileiro já é.
As mudanças precisam de ideia e coragem. Paolinelli tem as duas. Há cerca de oito anos aconteceu comigo também, um estalo como este, que veio do ex-ministro Afonso Florense, do ex-MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário), que me provocou para introduzir na agricultura familiar do Estado novas tecnologias, novas sementes, novos conhecimentos. Desta conversa surgiu a Rondônia Rural Show, que vocês todos conhecem. As tecnologias, máquinas, sementes, adubos, informações entraram no Estado.
Agora, Paolinelli vem com outra proposta, necessária, indispensável para um novo salto – A forma para esta transformação possível virá com novos conceitos de produção – ILPF (integração lavoura pecuária e floresta), impacto mínimo na natureza, desenvolver a piscicultura com tambaqui e pirarucu, café – criando polos de bioeconomia tropical (demonstrativos) nos municípios de Pimenta Bueno, Cacoal e Espigão do Oeste. Isto tudo se chama inovação.
Eu confesso que fiquei de queixo caído e admirado com o vigor do plano Paolinelli para Rondônia, nesta fase que o mundo precisa tanto de comida. E a Amazônia pode participar sem ser considerada a vilã da destruição florestal e outras mazelas. É assim, que se inicia um novo ciclo econômico e social no Estado.