A cidade recomeçou. Ela já havia iniciado. Cresceu e diminuiu com os movimentos do dinheiro.
Dinheiro faz cidades. Como o ouro. Como a madeira nobre. Como o látex.
A cidade ressurge, agora, pela posse da terra. O sonho da propriedade.
Pedaço de terra faz cidade também.
Ariquemes tem riqueza de sobra.
O Rio Jamari pode ser moeda de valor. A água.
Ele vem se pejando do Pacaás, engordado por outros rios.
Desta vez a cidade pegou embalo mais forte, o milagre da energia , que vai se transformando de uma forma na outra.
Foram-se os ciclos, a cidade persiste, o sangue branco, o sangue negro, o índio, o mais vermelho ainda, mais que o sol do anoitecer derramado na floresta inteira,
ARIKEME
a cidade foi-se indo, desobstruída, destampa pedaços do tapete verde, o fogo, a roça, o pasto, sai o tronco, a raiz, a soja, milho no horizonte, foi assim, que entrou a casa, a rua, a coivara, o toco e o fogo.
Ariquemes não é a cidade do ciclo, nem da morte tremida, cacaio e trempe, não os há mais,
movem-se as gerações, movem-se vidas, vigor incrível e a cidade resplandece destemida.