Eu acho, simplesmente espetacular o papel das ORGANIZAÇÕES SOCIAIS em todo mundo. São as entidades criadas pela sociedade civil (pessoas) com o objetivo de promoção de uma atividade relevante para as comunidades. E não tem nada de governo nelas.
Eu me lembro, quando menino, numa pequena cidade no sertão goiano (Dianópolis), onde nasci, de duas entidades: – a UTD (União dos Trabalhadores de Dianópolis) e o Lar São Vicente de Paula. Acredito que tenham sido criadas no início dos anos 50. A UTD era composta por trabalhadores de vários ofícios, mestre Veríssimo (respeitado mestre de obras), Venceslino (também), meu padrinho Henrique (latoeiro – lamparinas, cuscuzeiros e bandejas de lata), Zé de Bento (meu compadre, marceneiro e músico) e outros.
Havia a sede, uma sala para escola e promovia festas em datas importantes. Os associados bem vestidos e orgulhosos. O Lar São Vicente para doentes pobres e idosos. Hoje em dia, vejo grandes organizações sociais no mundo inteiro, defendendo as mais variadas causas e no Brasil, durante a pandemia, estas organizações tiveram papéis indispensáveis, na captação de recursos para cestas básicas e socorros aos desvalidos.
Vejo, no Senado, alguns colegas baterem pesado nestas entidades, como se fossem “entreguistas” principalmente, aquelas que se devotam às causas ambientais e na defesa dos povos indígenas. Eu fico calado, só ouvindo e no pensamento, dizendo – perdoai, porque não sabe o que fala e nem faz. Há sim, aqui e ali, desmando e aproveitamento indevido, mas, é minoria.
A causa é grande, soberba, necessária. As organizações socais complementam o papel do governo, onde ele, reconhecidamente, não tem capacidade de resolver. Tem capilaridade enorme. É diversa. Indispensável. Cabe aos governos, sempre, estabelecerem com elas, os apoios necessários. As ONGs são poderosas, posso dizer, são governos civis múltiplos.