Dar nome a uma ponte, a um viaduto, a complexos viários – ou mesmo, a uma avenida ou rodovia – significa homenagear um cidadão por seus notórios serviços prestados, para que seja lembrado, para que a história guarde seu nome e sua obra.
Por dezenas de anos, a ponte do Abunã foi reivindicada tanto por rondonienses como também por acreanos. E saiu pela somatória de clamores e audiências de parlamentares e governadores. Quando o Acre ficou completamente isolado na última grande enchente do Rio Madeira eu, como governador de Rondônia, sobrevoei a região alagada em companhia da presidente Dilma Rousseff que, vendo o nível das águas e a imensa fila de carretas paradas aguardando para atravessar pelas balsas, decidiu tirar a ponte do papel e foi iniciada a sua construção.
Agora, temos que dar nome a essa tão importante obra. Há dois projetos de lei tramitando no Senado homenageando antigos governadores do Acre e Rondônia, respectivamente, Paulo Nunes Leal e Wanderley Dantas.
Eu estou apresentando um projeto de lei que dá à ponte do Abunã o nome do ex-governador de Rondônia, Jerônimo Santana.
Mas, qual a diferença? O que importa? Ponte é ponte, nome é nome, ninguém vai passar ali e ficar indagando pelo nome da ponte. Vamos lá! Fundamental colocar na balança o peso dos nomes indicados: A Ponta do Abunã era localizada em região da Bolívia, até que Jerônimo assumiu o Governo de Rondônia e foi longe no tempo, buscando os trabalhos feitos por Euclides da Cunha, no início do Século XX, no chamado Tratado de Petrópolis.
Também moveu no Supremo Tribunal Federal ação de integração daquela região ao Estado de Rondônia, brilhantemente defendida pelo Procurador Geral do Estado, Dr. Erasto Vilaverde, que ganhou a ação por unanimidade.
Jerônimo, um pouco antes, movimentou a tropa da Polícia Militar do Estado, numa operação ultra sigilosa e, sob a força da operação, assumiu a ponta do Abunã e seus distritos (se não me falha a memória a operação foi comandado pelo Coronel Ferro). Fincou a Bandeira de Rondônia naquele pedaço estratégico, como um “dedo” de terra no entremeio Bolívia e Amazonas. E o nome da ponte? hemmmm? E o nome dela? Quem é o merecedor do nome desta obra memorável? Claro que é Jerônimo Santana.