O mogno na escola

O mogno na escola

No primeiro ano do meu governo, em 2011, o meu secretário de educação foi o doutor Jorge Elarrat, funcionário do IBGE. Um homem preparadíssimo, culto, espiritualizado. Ele é uma pessoa extraordinária, ótimo palestrante. Um intelectual. Eu o convidei para ocupar o cargo de secretário de educação, e ele aceitou, embora nunca tivesse ocupado cargos de confiança de governo.

Fiquei muito honrado porque em Porto Velho ele era um homem muito respeitado, e ainda é até hoje. Até o pessoal do Sebrae me recomendou o nome dele para secretário de educação. O tempo foi passando e ele não ficou muito tempo na secretaria. Há época, ele, de repente, me deu uma sugestão: vamos plantar um pé de mogno em cada pátio de escola estadual do estado de Rondônia.

Ele despachou essa ordem para o estado inteiro e muitos foram plantados. Não sei, mas alguns ainda devem estar por aí já bem crescidos. Outros devem ter morrido – terem sido cortados, ou mesmo destruídos. Outro dia, eu vi um mogno gigante numa escola, numa cidade do interior. Se não me falha a memória, foi em Itapuã do Oeste.

Eu falava, poxa, até hoje eu não entendo o que o Elarrat queria dizer com esses mognos nas escolas. Talvez tenha sido por causa do seu cunho ambientalista, querendo que se plantassem árvores no Estado. Plantar árvores como forma de educar, como forma de ensinar. Então, ele colocou a árvore nobre. Ou será que ele quis dizer que o mogno representava a nobreza, que é a educação?

Afinal, o mogno é uma árvore de lei, como se diz no passado. Tem uma estrutura forte.

Ele não ficou muito tempo comigo na educação. Depois de um ano, ele mesmo pediu demissão. Mas a simbologia do pé de Mogno ficou marcada em minha cabeça como um enigma importante. E eu acredito que ele queria traduzir simbolicamente o Mogno como a nobreza da educação.

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