Muita saudade do Canduri. Ele foi um emedebista (MDB) raiz. Morava em Guajará-Mirim, mas se interessava e participava ativamente dos movimentos do partido. Foi candidato a prefeito da cidade várias vezes. Perdeu todas. Não arredava o pé. Vinha outra campanha e ele se registrava de novo. Era bom de discurso e tinha uma língua afiada. Língua de cascavel. Participava de todos os movimentos de protestos da cidade.
Contra a CERON, chegou a levar uma surra da polícia por perturbação em frente à prefeitura. Infeliz de quem ele não gostasse. Na última convenção de que participou, foi a de 2018 em Porto Velho. Ele chegou atrasado. Trouxe no pescoço uma corrente de ferro, tilintando ódio. Entrou gritando: “que bagunça é essa? Convenção do MDB é aberta. Sem segurança na portaria”. E fez de tudo para atrapalhar o evento. De vez em quando sacudia no ar a corrente, em tempo de acertar a cabeça de alguém. Canduri era assim, raivoso e militante.
Certa ocasião, o nosso governador do MDB resolveu apoiar Odacir Soares, que era do PFL. Ele ficou transtornado de raiva e, por conta disso, lançamos Amir Lando como candidato pelo partido. Ele saiu visitando todos os diretórios do Estado, pedindo apoio para o nosso candidato. Tudo por conta dele, além de adorar soltar foguetes. Ele fazia tudo isto por orgulho e coerência. Canduri morreu de COVID. Deixou um vazio enorme, pela militância e amor pelo nosso partido.