Na convenção do MDB de 2018 houve um quebra-pau daqueles. Havia duas vagas para o Senado, e estava tudo certo para que RAUPP e eu fôssemos candidatos. No entanto, a situação mudou de rumo; mesmo eu já tendo renunciado ao governo, não houve acordo. O evento foi fechado, realizado no auditório do partido, com segurança e controle rigoroso de entrada.
Antes, percorri o Estado em busca de votos dos delegados. Fui a Santa Luzia atrás do voto de Ricardo Eglert, um fazendeiro rico que não conhecia Porto Velho, dedicado ao trabalho em sua propriedade. Ao chegar lá no final da tarde, ele me informou que não era filiado a nenhum partido, que devia ser engano. No cartório eleitoral seu nome constava como filiado e delegado.
Então, comecei a convencê-lo a ir a Porto Velho votar na convenção. Ele, tímido, disse que só iria se a professora Lena o acompanhasse. Assim foi feito. Jamais havia participado de ato político. Pois bem, deu no que deu. Nosso pessoal agitado, querendo meu nome na chapa e juntou gente. Na rua à frente foi colocado um telão.

O caldo foi engrossando. O clima esquentou, com Ricardo Eglert sentado e observando todo aquele tumulto, entre gritos, ofensas, tapa na cara. A Comissão Executiva decidiu que haveria apenas um candidato. O LENZI pegou o texto para leitura, mas a Vilma saltou como uma gata e arrancou o microfone da mão dele, impedindo a leitura. Nesse momento, a turma que estava do lado de fora do prédio derrubou a porta de vidro.
A situação se transformou em uma briga generalizada. A turma do Braçal, de uma academia de luta livre da Zona Leste, meteu a porrada a torto e a direito. A mesa foi desfeita. Correria dos infernos. Ricardo Eglert apavorado, mas ficou sentado de olhos arregalados. Nunca havia participado de coisa mais horrorosa. Nem seus bois eram tão brutos.
Por fim, conseguimos chegar a um acordo e a minha candidatura foi assegurada. Sou grato a Ricardo; até hoje tenho admiração por ele e tenho certeza de que nunca mais aceitaria participar de outra convenção. Ele ficou completamente desencorajado.