Greve, apitos e cacetada

Greve, apitos e cacetada

A gente passa por cada situação nesta vida política que, se contar, ninguém acredita. Eu estava no governo do Estado. Nunca vi tanta greve. Já vinha administrando uma delas, bem mobilizada: a dos professores. Vocês sabem muito bem como o SINTERO (sindicato) é organizado.

Parecia que o sindicato tinha gente infiltrada na minha agenda. Para onde eu ia, eles sabiam. E já disparava os avisos. Foi assim que aconteceu comigo um incidente que hoje considero engraçado. O senador ACIR Gurgacz me convidou para assistir uma sessão remota da sua Comissão de Agricultura, realizada na Câmara Municipal de Espigão do Oeste. Lá fui recebido com um “apitaço” ensurdecedor.

Entrei no plenário da Câmara. Os professores em greve haviam se infiltrado, e havia uma confusão de faixas, apitos e palavras de ordem. Com certeza, o Acir se benzeu de arrependimento por ter me convidado. Até aí, tudo bem. Mas a saída foi terrível. O pessoal estava nervoso e fez um bloqueio para não me deixar passar.

O coronel Gualberto conseguiu abrir um corredor entre eles. Os policiais me abaixaram e me empurraram para dentro do carro. O deputado Lúcio Mosquini vinha logo atrás, com certa tranquilidade, mas pagou caro. Uma professora magrinha, com uma vara na mão, deu uma cacetada na cabeça dele. Ele rodopiou, não caiu, mas achou que tinha sofrido um trauma craniano. Ficou massageando a cabeça por um bom tempo. Nem tudo são flores nesses jardins da política.

 

Deixar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.