Seja sincero: você sabe dizer quantos partidos políticos existem no Brasil? Pois bem — hoje, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), temos nada menos que 29 partidos registrados. Agora me diga: dá para um presidente governar com tanta gente puxando a corda para lados diferentes? Tantos líderes, tantas siglas? Impossível.
Na minha opinião, sete partidos já estariam de bom tamanho. Afinal, somos oficialmente uma República Presidencialista, mas, nos bastidores, o que temos é um parlamentarismo às avessas. E não é difícil imaginar a surpresa do presidente Lula ao comparar o cenário atual com seus mandatos anteriores. O Congresso cresceu — e muito. Hoje, ele manda e desmanda. Para o governo conseguir formar uma maioria estável, só com bola de cristal ou a ajuda de alguma vidente.
Falo isso com conhecimento de causa. Fui deputado federal no governo FHC e na primeira metade do Lula 1. E, olha, desde os tempos do presidente Eduardo Cunha na Câmara, o jogo virou de vez. O dilema é: será que estamos politicamente prontos para um parlamentarismo de fato? E mais — com esse tanto de partido, será que algum deputado ou senador conseguiria ser primeiro-ministro e montar uma maioria para governar o Brasil? Eu, sinceramente, acho que não.
Enquanto isso, seguimos num verdadeiro bate-cabeças político. E, no meio desse emaranhado, um assunto domina os corredores do poder: as emendas parlamentares. Viraram o sol em torno do qual tudo gira no universo político. E essa febre já desceu para as Assembleias Legislativas e até para as Câmaras de Vereadores.