Prefeito é como grávida: carrega a barriga… por quatro anos. A diferença é que, em vez de bebê, o que cresce dentro são dívidas, promessas e reclamações.
O dia da posse é como o chá de bebê: festa, presentes, fotos sorridentes. Já o fim do mandato é o parto: dor, suor e um desejo imenso de entregar logo “a criança” para o próximo.
No meio do caminho, o prefeito enfrenta enjoos: hospital sem médico, farmácia sem remédio, adversário enchendo a paciência. Às vezes, tira do próprio bolso para não passar vergonha — e ainda assim é vaiado. O alívio? Uma viagem a Brasília, onde promete-se muito e entrega-se quase nada.
E quando finalmente pensa em descansar, bate o velho desejo de “ter outro filho”: a reeleição. Porque, afinal, a política é isso — um eterno parto que ninguém esquece, mas que quase todo mundo insiste em repetir.
Comigo também foi assim. Passei por todas essas fases … mas, quando finalmente “dei à luz”, esqueci os perrengues e segui adiante. E, no fim, confesso: passei a amar todo mundo.