No início dos anos 80 houve a primeira eleição livre para prefeito de Ariquemes. O MDB lançou um músico da Assembleia de Deus chamado Joel Eller de Barros. Os outros candidatos eram o Gentil Valério, Natanael e outros que eu não me recordo agora. Foi eleito o Gentil Valério.
O nosso candidato, Joel, foi muito bem votado, ficou em segundo lugar. Depois da eleição ficou chateado. Ele era só um músico e pedreiro. Após a eleição, foi embora. Nunca mais soube notícia do Joel Eller. Desapareceu.
Como nós perdemos esta eleição em 1982, eu coloquei na minha cabeça que um dia seria candidatando a prefeito de Ariquemes, lá na frente. Amadureci aquela ideia, mas não falei nada pra ninguém. Quando foi 88, houve eleições pra prefeito e eu me candidatei. Na realidade eu disputei a convenção contra o Amorim que era também do MDB. Nós dois disputamos.
O município de Ariquemes era muito grande. Cujubim era Ariquemes, Machadinho, Cacaulândia, Monte Negro, Alto Paraíso, todos distritos de Ariquemes. Eu fiz uma campanha louca. Grande e muito bem organizada. Certo é que os candidatos podiam mudar de partido em ano eleitoral. Naquele tempo podia. O Amorim foi para o PDT. E nós nos enfrentamos na campanha, eu e ele. E no final das contas ele me venceu. Ele teve mais de 11 mil e eu tive nove mil e poucos votos.
O tempo passou e hoje eu falo que foi a maior benção do mundo ter perdido aquela eleição. Primeiro, eu não estava suficientemente preparado para ser prefeito. Segundo, a prefeitura não tinha nada. Não tinha um trator, não tinha coisa nenhuma. Era aquela coisa do nada.
O Amorim representava aquele homem valente, destemido, tinha que ser ele. O povo inteligentemente o elegeu. Eu, um dia depois da eleição, fui à Rádio Ariquemes, agradeci os votos, desejei boa sorte ao prefeito eleito, reconheci a derrota, e não abri a boca pra fazer nenhuma crítica a ele. Assim foi a minha introdução da política.
Em 1992 foi uma eleição altamente desorganizada. Tornei sair candidato a prefeito contra amigos, inclusive eu enfrentei o meu irmão Nobel que também foi adversário, o meu compadre Gilberto Miranda, o Sales, todos amigos queridos, pra enfrentar o candidato do Amorim, que era o Jonathan Roberto da Igreja. Nós dividimos a oposição e perdemos a eleição.
Fizemos mais de 60% dos votos e perdemos por Jonathan por 26% dos votos que obteve. Essa é a história das minhas primeiras campanhas, as primeiras disputas. Foi assim, não foi vencendo todas. Hoje já disputei dez e venci oito.