O tempo da pedra é um tempo, diferente do tempo do homem. O homem vai acontecendo e passando. A pedra fica se moldando, devagarzinho, com o vento, com as finas reações da química natural.
A “pedrona” da Linha 10, em Cacoal, está por lá, por um tempo que não foi medido. E se vai subindo, um capão de mato faz a saia dela, é vestida, de capão de mato, ralo, arbustos, uma e outra árvore robusta. A gente cansa, e para, e vai subindo, longe a estrada da “linha” vai se tornando linha de verdade. Um traço. E o topo cada vez mais longe. O coração bate acelerado. Canso.
A pedra ficará, eu ficarei instante. O meu cansaço se espraia no olhar distante. A casa do sítio ficou pequena, a vaca sumiu, virou um ponto, abro os braços, quero voar, como o gavião, de olhos grandes, bailando. E me despreocupo. E me esqueço das coisas. Leve como a pluma.
A “pedrona” não se preocupa. Está ali para servir. Quando puder atender com sua inabalável calmaria, quem assim puder, quiser e quando, estará ali, para gerar riqueza, a maior de todas, a paz. Subir da base, da trilha, ao topo é antes tudo, purificação.