Concedi algumas entrevistas nesta viagem ao Estado. Os repórteres entrevistadores deixam por último a pergunta xeque-mate – “senador, você será candidato a governador ano que vem?”. Eu já fico esperando a indagação, quase em nocaute. Reviro os olhos para os quatro cantos. Procuro na mente a melhor resposta. E termino deixando todos eles na maior confusão do mundo.
Para uns digo – não. Para outros – ainda é cedo. Para outros tantos – digo que só decido em abril do ano que vem. Porque sempre fui assim. Deixo para o limite do prazo legal. Quem irá conduzindo futuras candidaturas é o vento. Como bolhas de sabão.
Vão rebolando no ar, até que naturalmente estourem. E as bolhas ficam brincando. As crianças se encantam. Itamar Franco também tinha esta mesma mania, de deixar sempre voando a dúvida. Eu que já disputei nove (9) eleições, aprendi que a prudência ainda é a maior das virtudes. Quando se entra na política, você se transforma num cavalo voador (Pégaso), ora se voa, ora se corre em terra batida.
O campo está aberto, tudo preparado, só falta o tiro para os portões se abrirem, apostas feitas, a competição iniciar, às vezes, o vitorioso ganha com um pescoço à frente. O que posso lhes dizer, neste momento, é que ainda estou saindo para o pasto, com o cabresto, para ver se encontro o cavalo ideal para a corrida. De pangaré eu não me atrevo ir ao turfe.