No Brasil muitas pessoas que nascem nas favelas, nascem nas áreas rurais, nascem na pobreza, para conseguirem subir degraus sociais e econômicos, enfrentam grandes obstáculos.
Normalmente, no ambiente onde vivem famílias com muitas dificuldades, as mães cuidam dos filhos, e os pais, em grande parte, saem de casa. Mas, juntos ou não, pai e mãe, o importante é quando falam: – meu filho você tem que estudar porque o estudo ninguém lhe rouba. Não vou lhe deixar fortuna, mas quero que você estude.
Aqueles pais, mesmo pobres, estimulando os filhos, conseguem, muitas das vezes, transmitir-lhes coragem, entusiasmo. Conseguem transmitir-lhes uma energia que vem deles mesmos. Muitos filhos, por sua vez, se debruçam a estudar e avançam. Sei que isso não acontece com todos.
Às vezes, numa família de cinco, seis filhos, somente um ou dois avançam, e os outros ficam parados. Isso porque tudo depende da vontade da pessoa, da determinação de cada um. É muito importante o esforço individual. A não ser que a pessoa já nasça bilionária, nasça em berço de ouro, ou que, como se diz por aí, já nasça com fartura e tudo, pois, tendo boas escolas, a probabilidade é que tenham boas oportunidades também, tornando bem desigual o avanço entre os dois tipos de grupo.
Sei que muitas pessoas que vêm de baixo, vão pegando gosto e aproveitando as ocasiões. E quando surge uma oportunidade, agarram. Daí, com as coisas dando certo, vão adquirindo um certo equilíbrio mental, um certo desempenho, e conseguem dar saltos importantes.
Para isso, o que vale a pena mesmo são as bases familiares. Os conselhos de pais e mães, de avós, tios, esse apoio inicial que as famílias vão dando aos meninos é que faz com que eles adquiram esse despertamento mental para um avanço de mudança social da pobreza à classe média, ou, até mesmo, à riqueza.
Apesar de saber que dar um salto tão grande, da miséria à riqueza, é uma excepcionalidade. Mas vejo que, o que importa mesmo é que a pessoa viva bem e consiga ter uma distinção em relação aos seus pais. Se tiver isso, já valeu a pena.