Aprendi com Jerônimo Santana (primeiro governador eleito do Estado de Rondônia) a dar a atenção às populações ribeirinhas e aos indígenas. Na década de 80 jogamos nos rios vários barcos hospitais, que foram chamados de Seringueiros (I, II, III ) No Rio Jaci Paraná, Guaporé e Baixo Madeira. Não demorou, os governadores seguintes não deram atenção ao programa. Foram todos desativados.
No meu governo reabilitei o programa com o barco Walter Bártolo, com uma estrutura completa para o atendimento à saúde das populações ribeirinhas do Mamoré-Guaporé – infelizmente, barco novo, está apodrecendo nas águas. Isto tudo, é de uma insensibilidade sem medidas, quando se nega um atendimento primário aos povos tradicionais, quase sempre esquecidos.
Além do imenso prejuízo financeiro com equipamentos, construção do barco e a boa expectativa que se tinha, tudo associado ao prejuízo social do não atendimento. Por isso, que sempre digo, o Brasil é um país muito rico, que se dá ao luxo de construir e desconstruir programas essenciais, jogar dinheiro fora, com a natural falta de visão de governos que sempre vão escolhendo “suas” novas prioridades, num eterno efeito sanfona – o que um faz, o outro desfaz.