Festa de “Inleição”

Festa de “Inleição”

Ano que vem teremos eleição no Brasil. Mais que eleição, eleições. Vai de deputado estadual a presidente. O povo está aí, experimentando tanta dificuldade, que não sei, francamente, para que lado irá pender. Tem o discurso fácil, bonito, empolgante – como se diz, populista, que promete, promete, promete e termina convencendo muita gente. E depois de eleito, perde força, porque não consegue entregar o prometido.

Tem sido assim. Na Velha República era tudo de carta marcada. O coronelismo regional dava o comando e o povo seguia.  Tem aqui, um trechinho de um poema chamado “festa de inleição” de Pompílio Diniz, só para você descontrair um pouco:

“”Seu dotô, pra nossas bandas / quando é dia de inleição / os candidato é que manda, / dá comida e condução, / e todos que vão votá / come inté arripuná / carne de porco e pirão. // Aqui só tem dois partido: / é o gunverno e a oposição, / (os otro é desconhecido) / que o cabra queira ou que não / tem que iscuiê um dos dois / pra pudê votá dispois / no dia das inleição. // Porém ninhum deles presta, / nem se conhece esses home, / tombém nós vamo pra festa / tirá a barriga da fome, / dispois vota pru votá / do voto que a gente dá / só se apruveita o que come”. Procure na Internet o poema completo, é fantástico.

Lógico, que os tempos mudaram. Tem rádio, TV, internet. Compra de voto, se tiver ainda por aí, a justiça pune. Cassa o registro da candidatura. Fora o populismo – deverão surgir candidaturas com propostas sérias, que pense no curto, médio e longo prazo. Uma política boa para 30 anos.  O grande pacto nacional, para definir os rumos preferenciais que se deve trabalhar – a chamada “Política de Estado”.  O Presidencialismo é forte, o presidente é o chefe do governo, balanceado pelos outros poderes.

Não devemos voltar a realidade da política – como a “a festa de inleição”, porque já perdemos tempo demais, pontos demais, de sétima maior economia do mundo, nem sei, hoje, onde estamos. O povo não irá entender o debate econômico, a não ser uma minoria. O povo sente os efeitos dos descaminhos com desemprego, inflação alta, empobrecimento, aumento terrível da desigualdade e a fome.

A nossa elite não se incomoda com a crise. Porque a minoria rica e privilegiada sempre está atrelada a governos. O Brasil está aprisionado, como diz Bolívar Lamounier _ “numa armadilha do baixo crescimento” e para reagirmos, pegarmos velocidade, precisaremos, não de políticos populistas (enganadores), mas, de estadistas que saibam nos conduzir a todos. Todo estadista sofre, resiste, como Moisés sofreu, para conduzir os judeus para a Terra Prometida.

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