Nessa brincadeira, a política se tornou um vício tenaz. Nem posso afirmar que ela seja viciante, mas, aceitando ou não, já disputei dez eleições. Isso significa dez campanhas pesadas. Se você me perguntar se tudo isso valeu a pena, minha resposta será evasiva: “não sei”. Só sei que há uma força estranha que me empurra para dentro dela. E, a cada novo período, digo que vou parar, mas acabo não parando.
Só existem três maneiras de sair da política: pela morte, pela derrota ou pelas próprias pernas — saindo pela porta da frente. A gente não controla o futuro, muito menos os planos. Na realidade, tudo é guiado por acontecimentos ao acaso. Você segue por um caminho inesperado, vai sendo levado pelo vento das circunstâncias e, quando percebe, já está no meio, se jogando nas ruas, vociferando suas verdades, intenções e propostas.
Como se fossem sagradas, porque estão dentro de você. E suas palavras ganham força, caminham como uma energia poderosa — pelo menos, você acredita nelas. Com esforço extraordinário, pode até convencer, ou não.
Eu, particularmente, não carrego frustrações em relação aos meus mandatos. Tenho muita gratidão ao povo rondoniense. Como disse: nada é matemático ou exato na política. Se valeu a pena ou não? É como tentar subir num pau de sebo — muitas subidas, muitas descidas.