Há tempos atrás quem defendia o meio ambiente era considerado um idiota, um fanático, um antiprogresso. O tempo vem mostrando que aqueles fanáticos, entre aspas, estavam certos. Hoje, as grandes conferências advertem que o planeta precisa de um cuidado especial, tanto sobre o aquecimento global, sobretudo a escassez de água e a importância das florestas.
O tempo está mudando, mesmo assim há uma grande corrente contrária de gente que acha que o desenvolvimento a qualquer custo seja compensador, que pode se atirar sobre as florestas, destruí-las, como foi feito com a Mata Atlântica. Esse desrespeito ambiental, sistêmico, era tido como avanço, inovador, criativo. E não é!
Nós temos que voltar atrás nossos olhos para os ribeirinhos, extrativistas, indígenas, que conseguem viver na floresta, embora pobres, mas viver ali dentro com certa felicidade e paz. Agora nós temos que avançar nos espaços científicos.
A gente fala muito de bioeconomia, mas ninguém pratica a bioeconomia. Fica no extrativismo primário de catar castanha, colher óleos florestais e esquece que a bioeconomia pode ser desenvolvida de uma maneira mais científica, mais lucrativa, mais atrativa para o investimento de capital. Isso poderia trazer para o homem da floresta, para o homem amazônico, o conceito de pagamento por serviços ambientais.
É fundamental que as pessoas ganhem dinheiro, vivam bem, que mande seus filhos para as escolas boas, que vivam com dignidade alimentar e saúde.
Temos que aproveitar as áreas de terras inférteis, socadas, cheias de cupins, que nós chamamos de degradadas, tratá-las e plantar nesse solo recuperado. Respeitar os mananciais, respeitar as margens dos rios, os morros, justamente para evitar os desastres extremos, como desmoronamento de encostas. É isso que a gente tem que conciliar – Desenvolvimento com Sustentabilidade.