Como é que se pode mudar a cabeça de velho, hein? Se tudo foi se acumulando com o tempo e formando um juízo de verdade, cuja verdade pode ser aquela do tempo do “onça”, sei lá.
Até mesmo a dificuldade que se tem de entender a tecnologia e seus termos estrangeiros, que deixam a velharada no desespero, enquanto os meninos tiram tudo de letra. E por aí vai.
Claro que os velhos, como podem, gostam de ouvir rádio, gostam (alguns) de folhear os jornais impressos, passando o dedo na língua e rastelando as páginas. E vai lendo artigos. Vai lendo horóscopos. Vai lendo página policial. Minoria gosta de arte, mas adora sorrir dos “Trapalhões”, do “Zorra”, eu mesmo, sem nenhum lampejo de qualquer desmerecimento, me agarrava nos programas como ” A Praça é Nossa”.
Pois bem, eu queria falar uma coisa e terminei entrando noutra, para dizer que na política alguns temas sempre me fizeram eleger, como boas práticas – meio ambiente sustentável, proteção da Amazônia, pobreza e renda, proteção dos índios e demarcação de suas terras, regularização fundiária nos assentamentos para pequenos produtores.
Tem mais outros, mas vou ficando, apenas, com mais um – a proteção dos catadores e recicladores de lixo – tendo como base as teorias de Paul Singer e de Clodomir Santos de Moraes. A chamada economia solidária e a técnica de preparação massiva.
Agora, venha, pode vir e me chamar de dinossauro. Eu nem ligo.
Eu nem ligo que você possa acreditar, de verdade, como cidadão brasileiro, que o nosso país possa sair do sufoco, sem colocar a educação básica e profissional como política de Estado. De ESTADO. Não de governo, este ou aquele. Mas, de Estado.
Agora, pegue uma chave de fenda, meta aqui no meu ouvido e desparafuse os meus princípios acumulados e agora, mais do que nunca, sacramentos na minha velhice. Garanto a você que não irá conseguir, porque eles estão encalacrados de ferrugem. Não saem, nem a fórceps.