Na estrada, a política também é gratidão

Na estrada, a política também é gratidão

Já fiz campanha de todo jeito. Com dinheiro e sem dinheiro. Certo dia, eu mesmo dirigindo a caminhonete, em campanha para deputado federal, anos 90. Bem cansado da correria, de comício em comício, vinha de Alvorada, Urupá, quando fui chegando perto de Teixeirópolis, o sono bateu pesado.

Fui tocando assim mesmo, até chegar na chácara do Moisés. Ele, velho companheiro do MDB, militante, assim, não tive dúvidas, encostei o carro. Era por volta das 15h, Moisés estava lá pelos fundos. Bati palmas e ele apareceu, inseparável de um chapéu, mesmo dentro de casa.

Ele, bem alegre, disse: “Olá, Confúcio! Vamos entrar!” Fui entrando e falei: “Moisés, preciso de uma cama, estou cansado e com sono.” Imediatamente ele arrumou a cama de um dos filhos, e eu me deitei e dormi, imediatamente, por duas horas.

Quando acordei, havia uma toalha e um sabonete. Fui lá fora, lavei o rosto e enxuguei. Ele disse: “A velha fez uma sopa, come para seguir a viagem.” Vejam bem uma coisa dessas, o tamanho desta amizade e consideração. Mais à frente, tive que passar na casa da Mariquinha, do Walter, da Eni e do Zé Pereira. Todos, emedebistas roxos. Eu lhe pergunto, caro leitor: tem como mudar de partido?

 

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