Tem tanta coisa para se dizer, que é melhor ficar calado. Minha avó Joaquina sempre nos dizia: “boca fechada não entra mosquito”. Mesmo no silêncio das pessoas, por qualquer que seja a razão, há um vozerio energético, rodopiando o nosso país. Nem precisa ficar em cima de gráficos e estatísticas, porque a gente sente o bafo da coisa ruim. Este bafo de coisa ruim é visível nas ruas, debaixo dos viadutos, dos rostos apáticos pela fome e da esculhambação que se vê na educação.
Ninguém está pensando em futuras gerações. Poucas pessoas estão projetando o nosso país do ano 2050. E dessa forma, não se diz nada ou pouco, para, justamente, não ficar mais deprimido e nem ser considerado patriota, porque patriota, me parece ser, hoje em dia, todo aquele que concorda com a pátria amada do jeito que está. Até porque, ruim ou bom, pelo menos pode-se ter um celular pré-pago e os programas de auditório nos domingos.