É imenso o sofrimento de parentes. Pais, avós, maridos internados nas UTIs. Ninguém pode visitar. Quando muito ver de longe, através de vidros. E do outro lado, um respirador insuflando o ar, o parente imóvel. A impressão é dolorida, sensação de morte iminente. Tudo isto o coronavírus tem feito. Este estrago nos sentimentos. Uma certa desolação.
Lá fora, tem gente dentro dos ônibus, um do outro, a um palmo, o bafo de um no outro, direto, sem alternativa a vida prossegue arriscada. Nas calçadas cada um evita passar perto do outro, os mais cuidadosos. Até parece que o outro se tornou uma ameaça.
Assim, tem acontecido de março para cá. Tem gente que diz que a guerra é necessária, para um ajuste na população da terra. E que estas doenças são explicadas pelo mecanismo da evolução natural de Darwin. Ou se come o mais fraco ou ele é eliminado pela natureza. Há gente que diz que o coronavírus veio como uma punição de Deus. O homem diante de tantos pecados e desmerecimentos.
As pestes existem e sempre existiram. Assim como os desastres naturais. Uma parte deles tem prosperado pelo abuso do próprio homem, na construção de modelos extraordinários de cidades e fábricas. Excessos de veículos nas ruas. Agressão violenta ao meio ambiente, a sujeira nas cidades, a contaminação dos rios.
Estou escrevendo estes “posts” sobre a COVID -19 para que não venha esquecer das lições. E que são muitas. O Brasil tem feito um esforço enorme para socorrer as pessoas pobres. E aumentado a quantidade de dinheiro para os bancos emprestarem às empresas. Os bancos não querem mudar. Acho que os bancos devem entrar no bolo das instituições que devam ser eliminadas naturalmente.
Os bancos são agiotas oficiais. Chupa-cabra do sangue dos mais pobres. O que se vê com imensa força é a divergência do comportamento dos nossos mandatários políticos. O homem é um destemperado. O Supremo Tribunal Federal tem sido o maior epidemiologista.