O salto no escuro (uma história da pandemia COVID-19) Capítulo 33

Estamos caminhando para o final do ano. Olhando para trás, depois de março, quando a pandemia chegou por aqui, nem se pode imaginar o quanto de mudança aconteceu na vida do brasileiro. Milhares de bares fechados, lojinhas, salões de beleza, academias. E mais e mais.

Foi introduzido o “home office”, que a gente só ouvia falar, para muita gente de escritório, cargos administrativos e técnicos, que poderiam trabalhar em casa. Nem cabe aqui citar quantos trabalhadores passaram a cumprir tarefas em casa. Veio para ficar. Com alguns reparos.

Os artistas sofreram muito. Shows cancelados. Mas não se curvaram a essas circunstâncias. Partiram para cima com as “LIVES”. E todo mundo passou a animar todo mundo. Força daqui, outra dali, para abrandar o sofrimento e a solidão de muitos.

Além das perdas de parentes, a dramática situação dos hospitais, o medo da entubação, as covas coletivas. O psicológico dos idosos, principalmente, que tiveram que se isolar mais e mais, foi aos frangalhos. E por aí vai andando o estrago.

Ônibus lotados, nada foi respeitado, a não ser o uso da máscara. Passageiros em pé. O preço da comida aumentou. O auxilio emergencial ajudou muito os mais pobres. Foi dinheiro direto na veia das pessoas. Essa é única forma de distribuir renda ao povo pobre, sem intermediação de prefeituras e nem de estados.

O comércio eletrônico prosperou e muita gente se reinventou com entregas em domicílio e lojinhas com vendas pela Internet. Há registros de aumento da violência contra mulher. E aumento nas separações de casais. A pandemia mexeu com as tripas do povo, como se o homem pudesse viver ao avesso.

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