Na vida pública, principalmente quando exercemos um mandato parlamentar – seja de vereador, deputado ou senador –, não existe espaço para a indecisão. Um político precisa ter lado, precisa ter posição. Não dá para “vaselinar”, ficar rodando sem rumo, feito galinha tonta.
Defender ideias próprias é parte essencial da política. Significa sustentar um pensamento, ainda que isso traga aplausos de uns e vaias de outros. Assim é a história: marcada por posicionamentos claros e exigentes. Não há espaço para quem muda de opinião ao sabor do vento, apenas para agradar. É possível, sim, rever convicções diante de novas circunstâncias, mas sempre com coerência e justificativa.
Na política, você pode ser democrata ou simpatizar com uma ditadura; pode defender o capitalismo, o socialismo ou modelos mistos; pode abraçar ou negar as causas ambientais. O importante é mostrar a cara, expor seus argumentos e sustentar suas escolhas. Quem apoia um governo não pode se esconder. Quem discorda deve ter coragem de dizer por quê. Tudo isso sem brigas pessoais, sem ofensas e sem agressões. O debate precisa ser de ideias.
Sempre mantive essa postura. Ao longo da vida, não construí inimigos, mas adversários – e os respeito profundamente. Quando os encontro, cumprimento e até abraço. A política não é guerra: é espaço de divergência e de construção coletiva. Do outro lado das diferenças, o que realmente importa são os resultados práticos, as entregas concretas, os benefícios para quem mais precisa.
Ninguém sobrevive na política apenas com mentira ou demagogia. Também não sobrevive quem tenta agradar a todos os lados. A coerência é indispensável. E é isso que tenho buscado em minha trajetória: firmeza nas ideias, clareza nas posições e respeito aos que pensam diferente. Porque, no fim, a política só faz sentido se for para servir à sociedade.