Na dúvida, a gente regulamenta. Pelo certo, pelo errado, temos que regulamentar. O que eu falo para regulamentar são as leis para as plataformas de internet; temos que estabelecer limites, regras, para o uso dessas tecnologias; para que elas não reinem absolutas sobre as pessoas. Até porque podemos chegar a um ponto em que os próprios criadores dos programas e das plataformas digitais não conseguirão mais ter controle sobre elas.
Os grandes servidores que acumulam o pensamento do mundo, e seus algoritmos, sabem o que você pensa, o que você quer, o que você gosta. Isso é extremamente perigoso. Em qualquer lugar que você chega e digita seu nome, sua identificação, você é jogado nessas plataformas. Quando você manda uma mensagem, o seu nome, o seu celular, caem nessas plataformas afora.E você é classificado por idade, por preferência, por dinheiro, enfim, por desejos com outros seres daqui e do mundo inteiro, que pensam igual a você, que gostam do que você gosta. E agora vem a inteligência artificial. Só tem dois anos. Ela começou em novembro de 2022. E em dois anos está avançando tanto que a gente nem sabe aonde vai chegar.
A inteligência artificial já faz muita coisa pelo homem. Joga xadrez e ganha. Faz desenhos extraordinários. Faz pinturas. Faz composições musicais. Faz textos, poemas, traduções. Com tudo isso, pode chegar um momento em que a inteligência artificial se transformará numa ameaça. E eu não estou sendo fatalista e nem pregando o apocalipse. Estou mostrando que há uma necessidade de regulamentação dessa área em nosso país. O Congresso Nacional tem que agir e se debruçar com especialistas para estabelecer limites com urgência.
Sabemos que uma lei dessa dimensão vai enfrentar um monstro tecnológico, e não será perfeita. Ela será a matriz de uma lei que ano a ano será ajustada para as necessidades de cada momento.
E assim como existem agências reguladoras de eletricidade, de telecomunicação, de água, de transporte rodoviário, de aviação, e, enfim, de tantas outras coisas, também deve existir uma agência que vá regular essas plataformas e todos esses instrumentais de inteligência artificial.
Não é porque a gente seja contra o progresso, contra a tecnologia, contra a pesquisa, contra os investidores. Não. É para estabelecer proteções para o nosso próprio país. Para as pessoas. Isso é muito importante. É um longo trabalho que deve ter início no Congresso Nacional.