A primeira rota comercial que temos o grande privilégio de ter, é a hidrovia do Madeira. Ano passado, pelo Madeira, foram transportados 15 milhões de toneladas de mercadorias, grãos e outros produtos. Isso faz com que essa hidrovia seja a 2ª mais importante no transporte de cargas do Brasil. É um feito extraordinário.
E se a gente dragar, sinalizar, implantar guias para os navios e as embarcações se orientarem no rio, além de tirar os bancos de areia, que nos meses secos se formam, estimularemos ainda mais a logística do transporte hidroviário no estado.
A segundo rota é a integração da rodovia 364 com o rio Madeira. Chegando ali perto das irmãs Marcelina, no Hospital do Amor, em Porto Velho, pega-se o desvio à direita com destino aos portos. Asfaltar aquilo tudo faz parte deste grande projeto. Vai facilitar bastante desviar as rotas de carretas do centro da cidade.
Terceira rota seria através da ponte de Guajará-Mirim levando as nossas mercadorias para os portos do Pacífico. Além do comércio latino-americano com os países vizinhos que é muito importante – Peru, Bolívia e outros tantos, nós poderemos lançar nossas mercadorias, nossos produtos, e trazer outros de fora, pelos portos do Pacífico. Os chineses estão construindo um grande porto no Peru, além disso temos os portos tradicionais do Chile e do Peru.
Com a ponte de Guajará-Mirim pronta, liga a BR-425 à rodovia 364. Os caminhões saem de Ariquemes vai até Porto Velho dá uma volta grande. O ideal seria encurtar esse percurso, entrando direto pelo município de Monte Negro, Buritis, saindo em Nova Dimensão, Nova Mamoré e Guajará-Mirim. Essa rota reduziria aproximadamente 300 Km. Ela vai acontecer. Mais cedo ou mais tarde, eu não sei a data, ela acontecerá obrigatoriamente. Será uma necessidade.
Com isso nós podemos já pensar lá mais pra frente, através de uma concessão, de uma abertura ligando a ferrovia que vai chegar em Lucas do Rio Verde (MT), a Vilhena, e subindo até Porto Velho, consequentemente, poderá chegar a Guajará-Mirim, integrando com outras rotas ferroviárias que poderão surgir no futuro.
Essas são as grandes rotas comerciais que nós temos que pensar. Assim foi na Europa com os grandes conglomerados comerciais, isso desde a Idade Média. O comércio é o alavancador de progressos e esses destinos comerciais são essenciais para o enriquecimento de regiões e de países. Reduz preço de fretes, cargas, tempo. Tudo fica mais fácil e mais barato.
Se nós não tomarmos cuidado, não fizemos tudo isso que eu estou falando pra vocês agora, vão surgir rotas alternativas do Mato Grosso para o Pará, para o Maranhão e até mesmo outras conexões para os portos do Atlântico que irão diminuir o interesse comercial pela nossa região.
Tudo que eu estou falando com vocês deve ser tratado com seriedade e urgência. Que todas as frentes políticas de Rondônia se concentrem nesses esforços para que a gente não fique pra trás, não tenha prejuízos no futuro, prejuízos geracionais, históricos. Se nós fizermos o nosso dever de casa e desde já começar a pleitear todas essas conexões importantes, certamente Rondônia será o coração da América Latina verdadeiramente.