O Brasil está no caminho certo com o Ministro Fernando Haddad. Tem feito o que é necessário e o que deve ser feito para melhorar a educação brasileira. Ele é sereno e me parece bem normal. Não tem nada de loucura e nem de rompantes extraordinários. É cauteloso. Fala com extrema simplicidade. E tem projetos para todas as falências conhecidas da educação.
Só acredito na educação. O conhecimento é a minha divindade.
Esperar um pouco menos, lamentar um pouco menos, amar um pouco mais. Parece letra de música de protesto ou de dor de cotovelo. Habitar tanto quanto possível o presente. O presente e a eternidade se assemelham. Por detrás de tudo há interesses escusos. Nem precisa dizer que são ideias de Nietzsche.
Se a gente ficar fazendo o que sempre faz, nada muda. Do seu jeito, o Ministro Fernando Haddad vai conduzindo a educação. Ele surpreendeu muita gente. Eu mesmo não dava um tostão furado por ele. Vinha do tempo do Paulo Renato, sisudo, introspectivo, aquele tipo superior, um verdadeiro sabe-tudo. Fez a sua parte, sempre fechado, sempre distante, como um verdadeiro rei da cocada preta. O Fernando vai comendo pelas beiras. Vai se insubordinando do seu jeito com cara de conservador. Ele vai contestando o rito das coisas com a fisionomia de ser igual aos outros, e não é. Vai ferindo de morte os usos e os costumes e dizendo que não está fazendo nada demais.
Estou neste vai que vai engabelando os incautos com essas frases sem sentido para, no final, dizer o que é presente. O Brasil brasileiro não irá para frente com esse amor baixo astral. Porque esse amor fati é mentiroso. Porque esse amor fati é antigo.
Então qual é a solução?
Não se tem solução pronta. Pra nada se tem solução pronta. O que se deve começar é fazer alguma coisa diferente. Vai errar? Claro que vai errar. Erra-se 9 tentativas e se acerta uma. Está bom. Essa uma, sozinha, vale como uma Mega-Sena acumulada. Dará o resultado das nove tentativas. O foco é a educação – como está, está bem? Claro que não.
De quem é a culpa de não dar certo a educação brasileira. Sei lá! Sei lá não é resposta. Então vou arranjar um culpado para a falência da educação no Brasil. Vou dizer que é a família. Não. Não é justo dizer que é a família desestruturada. Vou achar mais um culpado. O Estado brasileiro. Ah! Mas o Estado brasileiro sozinho não é culpado. Mais à frente – outro culpado, o professor. Será que é o professor?
Que vá aos caixas-prego a desgraceira da educação pública no Brasil. Aos caixas-prego. Não só isso, mas, tudo que não vai bem. A falta de segurança também. O preço da arroba do boi. A falta de remédio no posto. A falta de ética na política. Os buracos das estradas. O déficit público. Tudo que não vai. Aos caixas-prego.
Mesmo assim, quer melhorar este país? É pela educação e PT saudações. O dinheiro vem e é gasto. E é muito. Não é falta de dinheiro. Não é. Nem é o baixo salário do professor. Nem é pelo prédio da escola. Tem uma caveira de cavalo enterrada na escola. Tem macumba pelo meio.
Aluno tem que aprender a ler, a escrever e a contar. Essa é a avaliação singela. Leu, escreveu e contou está bom. Entendeu o que leu, ainda melhor. Não fez nem uma coisa e nem outra está péssimo.
Então, caríssimos secretários municipais de educação do Brasil inteiro, coitado de vocês. A carga é grande. O desafio é ainda maior. Cuidem-se, senão o tempo passa e vocês não existirão. Tudo passará e vocês não existirão. Serão páginas viradas. Letras mortas. Um simplesmente nada.
Se vocês não forem loucos. Se vocês não plantarem bananeiras nas ruas. Se vocês não desarranjarem as coisas e reconstruírem com novas pecinhas, balau, balau, tá no oco do pau.
Nada adiantará o Fernando Haddad estar se matando pelo Brasil se o município não fizer a sua parte. E o Estado também. Este, grande ausente. Porque tudo deve ser invertido, começar de baixo pra cima, apenas com o apoio federal, não à solução pronta e acabada para este vasto Brasil, tão grande e tão complexo.
15 de julho de 2007
Confúcio Moura