Miúda, compenetrada, era de poucas palavras. Seu olhar impunha respeito e autoridade. Crianças deviam entrar mudas e sair caladas. Falar, só quando fosse lhe dada a vez. Resto de comida no prato, intolerável. Desperdícios, nunca eram permitidos. Tudo se reaproveitava, desde a banana passada do ponto que se transformava em picolés, até vestidos antigos, em colchas de retalhos.
Todos os seus movimentos eram cheios de significados e, suas palavras, verdadeiros ensinamentos. As férias na casa dela incluíam acordar às 5h para pisar o milho para o cuscuz no velho pilão e lavar louças no jirau. Obrigatório não era, mas fazia não pra ver!
[Cláudia Moura]