A fase que nos encontramos, dez meses antes das eleições do ano que vem, em brincadeira digo: – é a etapa do “supositório”, onde tudo pode acontecer, até mesmo, o impossível. Porque na política, a qualquer tempo, pior ainda, quando vai se chegando mais perto, uma palavra mal colocada é mais que suficiente para uma virada.
E tem o que se chama de “ponta da virada”. Que é uma fase de acumulação, como se fosse subir um morro até o seu pico. Lá do alto, sentado numa pedra, vê-se o horizonte plácido e fica-se ali, achando que tudo está muito seguro, porque está sentado na pedra sólida e olhando as coisas de cima.
Mas, não é assim, tão seguro. Uma palavra, um vento, a nuvem escura que caminha no céu, vai mudando de forma. Porque tem gente subindo o morro também. Até o mês de junho muita coisa acontecerá. Um partido, um bloco de partidos que lhe prometia apoio, lá à frente cai fora, inesperadamente. Nada é seguro até o dia da convenção, mesmo até o fim dela.
Este período de grande instabilidade – eu chamo, de “concretagem”.
É como se tivesse concretando uma laje do prédio, no modelo antigo, sobe o balde, desce o balde, mexe a massa com a enxada, soca, amarra, enche o pilar e vai e volta, sobe e desce. É a mesma coisa na consolidação de uma candidatura.
A conversa de agora, a promessa, o abraço, o aperto de mão, não se pode confiar nisso. Tudo muda. Tudo é normal. Este negócio de fio de bigode nesta fase eleitoral, não funciona. O inesperado pode acontecer. Inclusive, ser abandonado completamente e daí para frente, é como voar de asa delta, com vento fraco e torcer para não se espatifar.