A escada rolante

A escada rolante

A escada rolante da rodoviária de Brasília está quebrada pela enésima vez. Velhos andrajos, cadeirantes, penam para subir degrau a degrau ou carregados. Acabou-se o romantismo da rodoviária. Não é mais a atração turística de anos atrás. O banheiro sujo, como sempre, o rabisco erótico na parede. Nada feito. Cadê Nicolas Behr com seus poemas de exaltação a Braxília?

Dali da laje se vê a catedral como chapéu adornado com pontas. Fiquei sabendo que ali tem uma energia piramidal do Planalto Central. Nada do Itamaraty que seja extraordinário nas relações com o mundo. No cerrado é o tempo do pequi. Bonito mesmo é o azulejo azul, encaixado de artes simétricas de Athos Bulcão.

Vejo o sol da tarde, quase boreal, do alto da Torre de TV. Pego a máscara, respiro forte, respeito, desafogo, desabafo e longe os arcos da Ponte JK. A foice ficou mais acima. E com as árvores tortas, suas raízes, vou tecendo a vida

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