Não trarei neste “post” os chavões de falar mal dos ricos e exaltar os pobres. E nem entrarei no inverso da coisa, de exaltar os ricos e falar mal dos pobres. Porque nada disso resolve. O que se vê (falo de Rondônia e Região Norte) é um descaso horroroso do INSS (Instituto Nacional de Previdência Social) com trabalhadores ativos e inativos, quando adoecem.
É uma purgação.
Justamente com aqueles cidadãos que recebem os mais baixos salários. E que precisam desse dinheirinho curto para sobrevivência. Ainda mais quando adoecem.
Falei purgação como se fosse um purgatório; não se sabe quando se sai dele e nem se irá para o céu ou inferno.
Só sei que essas pessoas, em muitas localidades deste Brasil imenso, não têm nas agências o bendito “Médico Perito” para dar o atestado de que precisam receber o auxílio doença. Eu mesmo, como Senador, recebo com grande frequência pedidos desesperadores de “pacientes” envolvidos nesse processo burocrático indefinido, por anos a fio.
Sei que a “perícia médica e outros peritos” do INSS são servidores públicos, de carreira, bem pagos, qualificados, treinados para o ofício, mas, como sempre, a preferência deles, é o de trabalharem nas grandes capitais, por causa do conforto, naturalmente.
Muito bem, muito bem entendido, não justificado, mas, vá lá, o que seja de justificativa. O problema é que tem gente passando fome, com doentes precisando do laudo pericial, e não tem o “danado” do perito nas regiões mais remotas. Acho que não só lá, mas em muitas cidades do Sul, Sudeste, etc e tal.
Eu sou Senador. E represento o meu Estado de Rondônia. O povo de lá não está satisfeito. Essa carência afeta diretamente a vida. A questão precisa ser resolvida. Consequentemente, eu também não estou satisfeito. Nada contra a pessoa de qualquer perito. Nada vezes nada.
Mas preciso de médicos peritos na Amazônia, e em qualquer lugar, onde tenha uma agência que seja desprovida deles.
Qual a saída, então? Qual, meu irmão? Qual ou quais?
Pois bem, eu tenho a sugestão ao Governo Federal, aliás, tenho várias sugestões. Vamos lá?
1- Concurso público para provimento dos Estados;
2- Atendimento virtual – perito em São Paulo, BH, Rio de Janeiro, Brasília – aberto para esses atendimentos, como telemedicina;
3- Atendimento paliativo – deslocar um perito de uma capital para atendimento das demandas reprimidas nas cidades desprovidas desse profissional;
4- Contratação de serviços de terceiros, privados ou empresas, devidamente habilitadas para realizar perícias (como faz o poder judiciário, bancos, Detrans, SUS). Não vejo nada demais em contratar serviços de terceiros. Porque o importante é atender a quem precisa, que é enrolado, que passa necessidade, que chora, que sofre, que é humilhado pelo Estado. Por hoje é só.