Eu já aprendi muito na vida. Quando mais penso que sei alguma coisa, logo percebo que sou terrivelmente ignorante. Na vivência já fiz tanta besteira, penso que não repetirei mais, mas, sem perceber, continuo a fazer tolices.
Uma delas, na vida pública, como Deputado e agora como Senador, foi a de querer que os outros façam o que eu penso. E percebi que este é um enorme erro. Outra coisa, é a de querer apoiar as reformas radicais ou projetos grandes, quando se sabe, que tudo isto, é um processo lento e gradual.
Só para exemplo, hoje, todos nós somos contra a escravidão que o Brasil foi defensor por mais de 300 anos. E naquele tempo, os políticos, empresários urbanos e rurais achavam a escravatura um excelente negócio, e os negros eram como se fossem animais irracionais. E foi assim. Com pouca diferença, ela ainda continua por aqui.
Estou fugindo do assunto do título – “Na educação, só ajudo quem quer”. Realmente, a educação é prioridade, é discurso fácil, todo mundo diz, tudo mundo fala, é necessária, indispensável. Mas, na prática, poucos gestores levam a sério a educação. Porque se levasse a sério mesmo, copiariam os bons exemplos existentes em nosso país. Até mesmo em pequenos municípios pobres. Tem que querer transformar gente. Tem que querer jovens educados, capacitados e preparados para a vida.
Maioria dos gestores municipais e estaduais só coloca como foco a melhoria dos prédios, dos refeitórios, dos ônibus e esquece das crianças. Se o menino está aprendendo. Se o professor está ensinando. Ainda mais agora, na pandemia e depois dela, que visivelmente, o estrago foi enorme na vida dos alunos, que precisamos dar a arrancada para reconstrução da educação brasileira. A palavra reconstrução é empregada nas tragédias, em que cidades são destruídas por enchentes, tremores de terra e ciclones. Tudo vai abaixo. Então, todos se unem para reconstruir a partir dos escombros.
Por isso que eu digo – só ajudo ou estarei junto, com aquele município que quiser melhorar a educação. Senão não perderei meu tempo. E nem desperdiçarei recurso público para o nada, com os parcos recursos do Orçamento da União.