Tem os dias tristes para todos nós. No sábado, dia 1 de julho de 2023, foi um deles para mim. Recebi a notícia da morte de uma das pioneiras da cidade de Ariquemes, dona Terezinha Vilarins. Ela chegou antes da cidade chegar. Ela e sua família – o Alano (falecido), seu esposo, fincou o marco da futura cidade. Isto tudo no início dos anos 70.
Ela ficou ali na beira da rodovia, bem perto hoje, do trevo da cidade, com seu restaurante, onde trabalhava dia e noite. E toda família pegava junto no batente. Mais tarde Alano foi trabalhar no INCRA, assentando gente nas glebas, numa verdadeira epopeia, que se falando hoje, ninguém acredita que seja verdade. O colono desbravador antes de tudo um louco. Inconsequente. Em apostar num futuro incerto. E padecer de todas as adversidades que a floresta intacta reservava ao homem.
Era a política de época. Abrir caminhos do Oeste. Como se fosse o Velho Oeste dos filmes americanos. Dona Terezinha criou os filhos, na lida. No braço. No exemplo. Uma tocantinense que já trazia no sangue a garra da superação. Primeiro no sertão bruto do Jalapão. E fincou raízes profundas na cidade que ela ajudou a fundar.
Deixo aqui, este registro dela, da sua família, pela ousadia e coragem, de ter sido uma pioneira ilustre da cidade de Ariquemes. A cidade corria em suas veias. As ruas e avenidas ficaram dentro dela. Ela viverá para sempre em todos os filhos da cidade, como uma semente que há de sempre renovar sua surpresa, de ajudar a cidade que ficou tão bonita, bem acima dos nossos sonhos.