Está aí, na cara de todo mundo, que as hidrelétricas estão em crise. E isso já era esperado. Sem água estocada, não dá pra gerar mais energia. Porque a dinâmica da energia é que uma pode se transformar em outra. A água no reservatório tem energia potencial. A água que escorre na turbina – tem energia cinética. A energia cinética produz energia elétrica que, por si, se transforma em energia mecânica. Tudo vai se transformando. E quando não há água suficiente nos reservatórios?
Vai se comprando energia até da lua. Das térmicas movidas pela queima de óleo diesel ou gás. Muita cara. Muito poluente. Nem falei aqui da energia nuclear. Que pelo amor de Deus, na teoria, uma beleza; na prática, diabo vivo. Lembram-se de Chernobyl?
Na fila das energias alternativas, menos poluentes, tem a energia solar – interminável; energia dos ventos – interminável; energia da biomassa, do metano exalado dos aterros, e de mil e uma forma nova de energia, até mesmo das ondas do mar, dos gradientes de temperaturas diferentes nas águas. E por aí vai.
Como se pode manter os reservatórios cheios se os rios estão vazios? Cada rio é formado por riachos, bicas, nascentes, igarapés, rios, ribeirões. Quando se mata um veio d’água, se mata o rio e, por consequência, o açude baixa e não tem força para mover as turbinas.
Aí está a função do governo. A de prevenir e agir logo. Proteger os rios e nascentes. Combater desperdício de água. Estimular todas as formas de energia. Enfim, copiar o que outros têm feito. Simplesmente copiar e sair das garras dos monopólios. De quem ganha dinheiro fácil com a desgraça alheia. E se tiver que conceder algum incentivo fiscal, será em troca de mais energia alternativa.
É preciso ter coragem. Muita coragem. Para optar pelos mais pobres, que não têm benefício nenhum. E contribuem com o sangue das veias para enriquecer aproveitadores deste país.