Hoje em dia se fala tanto em alimentos naturais e também em alimentos integrais. Eu sei muito bem o que é um alimento integral.
Quem vem atravessando o tempo, campeando fogões a lenha e socando o arroz no pilão, milho para o cuscuz, desmanchando a mandioca para farinha, a puba, o buriti do brejo, a banha de porco na lata, a roça sem nenhum veneno, sem nenhum adubo, só a capina, entre os eitos. As galinhas catando grilo, bicando pedrinhas, o gado alimentando-se só de capim, estas coisas todas, que nem precisa mais eu ficar aqui enumerando. Tudo isto é o integral que as lojas, de hoje, têm como luxo extraordinário. Eu fui criado no integral. No natural.
Eu me lembro muito bem que lá onde nasci, Dianópolis – Tocantins, nos anos cinquenta e sessenta, não tinha ninguém obeso, bucho caído. Não me lembro. Todo mundo comia a mesma comida, arroz, feijão e mais estes integrais que acabei de citar.
Do outro lado, não havia moleza para ninguém, precisava trabalhar mesmo, que se escolhesse logo um ofício, que exigisse o cérebro nas mãos.
Têm países ricos e também pobres, com estes benditos “foods“, sanduíches recheados de uma melequeira dos diabos, sabe Deus o que se tem neles. Certo é que os jovens só querem saber de “sandubas” e alimentos conhecidos como ultraprocessados, que são “engordantes” e muito prejudiciais à saúde. Desencadeadores de diabetes precoce e um monte de doenças.
E tem mais, um prejuízo infernal para o setor público, aqui no Brasil, o SUS. Esses alimentos do mal devem ser tributados como as bebidas alcoólicas, os cigarros e os artigos de luxo. Só assim, é possível colocar freio na indústria da morte.