Bioeconomia é assunto especial para se falar nas palestras, aqui mesmo no Brasil e melhor ainda nos fóruns internacionais, porque ela aponta o dedo para a solução do aumento da renda do caboclo da Amazônia. Não só dele, mas, também dos empresários da região.
Eu me lembro e faz bastante tempo que dois professores da Universidade do Pará, a Nazaré e seu esposo, que era estrangeiro – criaram o programa chamado de POEMA (Pobreza e Meio Ambiente). O programa continua até hoje. Sempre labutando com o tema – a pobreza degrada o meio ambiente, unicamente, para sobrevivência do homem.
E tudo que este programa tem falado e tem escrito, tudo que eles têm pesquisado, aponta a solução para a preservação ambiental, aumento da renda das pessoas, através de boas práticas, até mesmo simples, do cultivo e da exploração dos recursos naturais com os consórcios agroflorestais.
A tecla é sempre a mesma – tem muita riqueza na floresta amazônica, a biodiversidade é imensa, é um patrimônio incalculável – mas, de que adianta, se é por lá que se encontra a maior desigualdade e as piores condições sociais do nosso país?
Um dia ouvi o Amazonino Mendes usar a expressão “o governo brasileiro é plutocrático”. Confesso que não sabia o que significava esta palavra. Fiquei com ela na cabeça até pegar um dicionário e ficar sabendo que plutocracia é o governo dos ricos e só para eles governa.
O ex-governador João Alberto Capiberibe (Amapá), certa vez disse numa palestra na Câmara dos Deputados que o açaí é o petróleo da Amazônia. O mestre Alex Fiuza de Mello em audiência pública no Senado em 8 de agosto de 2021 disse: – “Bioeconomia é e será uma das maiores oportunidades de negócios do planeta no século XXI.”
A relação estreita entre bioeconomia e biotecnologia com suas aplicações inteligentes em diversos setores, como a saúde. A Amazônia necessita de uma “EMBRAPA”, só para ela. E verá o mundo inteiro que teremos uma economia tão forte quanto a dos cerrados na produção de grãos. Bioeconomia é tudo, produção de alimentos, produtos derivados das plantas nativas, serviços ecossistêmicos relacionados à biodiversidade, fibras, madeira, polinização das plantas, uso de recursos genéticos e micro-organismos, muita coisa mais que vem da floresta e dos rios.
O assunto é este, tudo apontando para a imensa riqueza disponível na Amazônia brasileira, é o momento, ou vai ou não vai, ou faz ou não faz, ou apoia os institutos de pesquisas ou deixa a coisa bagunçada como sempre esteve. O homem pobre contemplando a riqueza.
Bioeconomia é estratégica para o Brasil. Há necessidade de vontade política e recursos definidos para que esta imensa possibilidade de negócios planetários venha a acontecer – empreendedorismo criador.