Quando se lê vários livros de um autor, gradualmente, você vai se transformando nele. O estilo entra em você e dá um trabalho danado para sair de novo. O melhor que se faz é deixar entrar mesmo, deste autor repetido e de outros também. Quem sabe lá à frente, as influências formarão um trisco do seu estilo próprio.
Imagino que Darcy Ribeiro, dono de um conhecimento invejável, prático, teórico e científico, avançou na política, tendo a causa indígena e da educação como suas metas. Foi um devocionário. Ele, se retornasse à vida, com certeza, depois de olhar que seus sonhos quase nada se realizaram, pediria para morrer de novo.
Têm leis que pegam e grudam. Uma delas é a Lei Maria da Penha, que está no cotidiano das pessoas. Têm outras, que mesmo aprovadas, nunca têm aplicação prática. Eu mesmo, quando deputado federal, fui autor de uma lei que reconhecia os semirreboques (carriolas puxadas por motos). Eles funcionam na prática, mas, não são regulamentados.
Alto Paraíso (RO) é a cidade do “jerico”. Uma invenção criativa de um veículo, em que tudo vem do ferro-velho. Vão se juntando as peças e se constrói um veículo tosco, movido a diesel, para puxar produtos da roça. Puxa madeira. Puxa gado. Puxa gente. Anualmente tem a festa do “jerico”, uma corrida na lama. O “jerico” roda sem nenhum documento. É o chamado direito dos costumes e das necessidades.
O Brasil tem tantas carências, tantas crises, o melhor que um político poderá fazer é escolher uma crise grande ou pequena para cuidar dela. E ficar o mandato inteiro fazendo a sua parte. Tudo que for feito, mesmo pouco, poderá cair dentro do saco das boas ações. Eu adoraria ver o trabalho do ex-senador Eduardo Suplicy, sendo usado, como a Lei Maria da Penha – a renda mínima permanente para os mais pobres do Brasil.