Lá vou eu descendo a rua. Tem hora que tem subida. Quando dobrei a curva, nem era dia completo, mas o sol resolveu botar a cara de fora antes da hora. Este negócio de fuso horário deve ter alguma combinação com os astros.
Fotografei a Avenida JK, as árvores cresceram muito e se fecharam por cima, imitando um túnel, um sombreamento protetor. Passei na Feira do Produtor para comprar pamonha. Lá estava de plantão, como sempre esteve, o Gilbertinho, 66 anos de idade e nem parece. Magricelo e conversador. Sempre com seu sonho de regularizar terras e vender madeira. Nada acontece. Na pandemia teve depressão, só o movimento da feira que lhe dá certa paz.
Comprei pamonha e curau. Alice adora. Tomei uma “média” de café sem açúcar. Senti saudade do Barão (Fernando Lima), durante vários anos estávamos juntos na feira, aos domingos. Ele morreu de COVID-19. Estará sempre comigo.
Na cidade a adesão à vacinação não está boa. Apenas 50% da população aderiu (Ariquemes). Tem que ficar com o pé atrás e intensificar campanha para aumentar a vacinação. Quando fui prefeito da cidade instalei lixeiras nas principais avenidas. Elas ainda estão conservadas, os comerciantes têm adotado o mesmo seguimento. Quanto mais lixeira, mais se educa o povo.
Do outro lado, os catadores de materiais recicláveis acordam na madrugada, rodopiando bares, catando latinhas. Outros, durante o dia, pegam papelões, caixarias, plástico e metais de valor. Complementam suas rendas. A maioria não consegue chegar a seiscentos reais por mês. Você já imaginou a cidade sem os catadores de materiais recicláveis? A quantidade de material que aumentaria para as empresas e o monte a mais no aterro sanitário?
Os catadores devem ser valorizados e protegidos por todos. Tirei uma foto do pergolado da , que tem uma história bacana, trouxe-o de Alta Floresta, igualzinho ao que vi por lá. Peguei as mudas e plantei. Ele está com uma cabeleira assanhada e algumas flores vermelhas. É assim a vida. Um degrau de cada vez. Pelo caminho vai se deixando respingos de existência.