Educação de baixo pra cima

Educação de baixo pra cima

A gente precisa colocar em prática a teoria da preparação massiva. Esta teoria que foi criada por Clodomir Santos de Moraes e por ele aplicada em vários países, parte do princípio que se pode preparar jovens pobres e até mesmo desempregados, para buscarem soluções locais para suas vidas. E sempre tem jeito.

É assim que eu penso na educação. Como se fosse um movimento revolucionário. Que viesse de fora para dentro. Ou de baixo para cima. Nada por um milagre. Mas, pela preparação massiva das comunidades. Incutindo neles, que só e somente só, pela educação de qualidade que se pode combater a desigualdade. Tanto desigualdade de renda, como desigualdade pela educação, a desigualdade estruturada, que parece intocável.

É indispensável espaço na política para estes segmentos, principalmente, negros, quilombolas, indígenas. Vozes para eles. Numa cidade em que as periferias sejam contempladas com obras bonitas e importantes. Levam para o meio do povo o Estado, tão impassível. As melhores escolas sejam fincadas no meio da pobreza.

Claro que isto não acontecerá num estalar de dedos. Mas, por um processo. Por indignações, insatisfações, por menores que sejam, elas irão se somando, cada uma de um jeito, ao fim, elas se somam num grande movimento, que venha de baixo, para derrubar este muro tão alto, que parece intransponível.

A educação de baixo para cima. Pelas escolas, pelas prefeituras. Pelo convencimento de um vereador, dois, três, que possam se interessar pelo tema. O Tribunal de Contas do Estado e o Ministério Público têm condições de ajudar muito. Fazendo cobranças, avaliações, não por erros técnicos, mas por resultados, medir se o aluno realmente com 8 anos já está alfabetizado. Se cada ano escolar corresponde ao conhecimento curricular.

Enfim, a Teoria da Organização. Clodomir morreu. Mas, seus livros estão aí. E muitos. Podem ser ajustados aos novos tempos, com tecnologia e inovações, para formar uma geração de guerreiros indignados, que sejam novos inconfidentes, no bom sentido, da libertação, dos seus direitos fundamentais garantidos, dos seus sonhos realizados, no todo ou em parte.

A luta pela educação deve ser considerada de “salvadora”. De parte a parte, será a de não ter vergonha de copiar os bons exemplos implantados em muitos municípios e estados da federação.

 

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