O homem precisa da guerra. Parece que é uma necessidade, que está fora do controle da razão. Pode puxar no tempo, as grandes civilizações, todas elas, queriam mais territórios, mais escravos, mais riquezas dos outros, mais poder divino, mais terrestre, mais supremacia. E tudo isto, só se consegue pela força, pela arma, pelo sacrifício. Porque ninguém ganha, ninguém vence uma guerra cem por cento. Pode até comemorar a devastação, soldados serem recebidos triunfalmente como heróis, os amontoados de cadáveres. Mas, mesmo vencedor perde.
O que se tem registrado é o fim, quase que natural das grandes potências. Os gastos militares, o endividamento do país, o sacrifício geral do seu povo, o aparente poder acumulado – nada é sustentável. Todo vencedor é também um criminoso. Só sei dizer que o homem é o mesmo. Pode vir tecnologia, pode vir pesquisa científica, até a inteligência artificial para substituir o nosso pensamento, mas, a guerra sempre estará presente na história do homem. ,
Será que tem Darwin neste contexto? Será que tem a neurociência, até mesmo, certa felicidade no combate? A guerra também é um importante momento de concentração da riqueza. Move a indústria da destruição. Na guerra vale tudo. E como se diz – quem quiser a paz, que se arme. Nem imagino a terceira guerra mundial, sem trincheiras, sem as estratégias astuciosas para atacar e defender.
Uma nova guerra só com armas atômicas. E tem outras guerras também, como as nossas por aqui, onde o inimigo é o nosso irmão, brasileiro. Guerra silenciosa, de nós contra nós, e nesta aparente paz, matamos cerca de sessenta mil brasileiros e mais sessenta mil em consequência de acidentes. É difícil explicar tudo isto. Só sei que tudo isto existe.