Não entendo quando comparo, mesmo que de maneira bem singela, o médico, professor, engenheiro e o veterinário. O médico manda fazer os exames, faz o diagnóstico, prescreve o remédio e grande parte resolve o caso do paciente. De uma maneira geral, a gente acredita no médico e que irá resolver o nosso problema.
Já professor, no Brasil, maior parte deles, avalia, faz o diagnóstico, mas não serve para muita coisa o resultado. Falo sempre muito do fracasso escolar. Na verdade, é o fracasso profissional, que não dá conta de fazer o que tem que ser feito, assim como na medicina. Imagine um veterinário com postura de professor! Acho que ainda estaria tirando leite manual atolado na lama do curral. Usa a tecnologia e leva inovação ao campo: inseminação, manejo do pasto, controle sanitário – a ordenha em máquinas, salto incrível na produtividade. O engenheiro saiu da prancheta para os computadores, para as projeções em 3 D, cores e mobiliários projetados virtualmente.
E o professor?
Se deixar, muitos querem usar apenas o giz, o quadro e o “ditado” do livro ainda. Não perceberam que VENDEM suas aulas, assim como qualquer produto ou serviço que citei. A situação só vai mudar, quando o professor for avaliado de verdade, tanto a qualidade da aula, como o resultado do aprendizado no aluno.
Minha fala hoje é de indignação à zona de conforto do funcionalismo público. Não é generalizado. Tem sempre os “burros de carga” que ainda conseguem manter de pé, a nossa, que deveria ser sagrada instituição, chamada escola.
Professores – de tudo reclamam, baixos salários, do serviço, do gestor, do governo, dos alunos, dos pais, da sociedade, do celular, da tecnologia. Tudo vira diagnóstico para professor. Se ele entendesse que o maior problema é ele, o resto, teria solução.
Texto: Ana Paula Rutzel – Consultora educacional